Esse blog é para todos aqueles que sentem sua responsabilidade na causa do Senhor, para aqueles que honesta e verdadeiramente levam a sério as coisas do nosso Deus. É um apelo a todos que desejam ser cooperadores de Deus, que procuram servir ao Senhor Jesus de acordo com Seus mandamentos e não de acordo com suas preferências.

domingo, 3 de junho de 2007

Lábios Mentirosos

Que as palavras abaixo sirvam para a edificação dos amados irmãos .

Pv 12.22 “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que agem fielmente são o seu deleite.”
Pv 13.5 “O justo aborrece a palavra de mentira.”
IJo 2.4 “Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso.”

O que desejo compartilhar com os meus amados irmãos em Cristo Jesus é um assunto que é a continuação dos vários aspectos da restauração da Igreja, tanto em seu aspecto universal como no seu aspecto local de cada cidade.
Que o Senhor nosso Deus abra os olhos do nosso coração para as verdades que estão contidas na sua palavra.
Logo após a minha conversão, assim como uma criança recém nascida, me deparei com uma igreja já funcionando de acordo com modelos já pré-determinados, quanto a pensamentos, métodos, doutrinas, práticas e costumes.

Mas enquanto o tempo foi passando, minha capacidade mental e espiritual foi se desenvolvendo, mas mesmo assim fui me acomodando ao que encontrei a minha volta, supondo que gozava da aprovação bíblica.
Jamais me ocorreu contestar os métodos, os pensamentos as práticas e as doutrinas que meus irmãos professavam.
No entanto depois de salvo, passei a amar espontaneamente a palavra de Deus e a alma dos pecadores e a desejar que fossem salvos.
Comecei a pregar e a dar testemunho para meus vizinhos, meus familiares e para meus colegas de trabalho. Comecei ler a bíblia e a conhecer outros irmãos, e embora fosse salvo ainda não estava plenamente satisfeito!
Embora no lugar onde tinha comunhão não se falava sobre ser enchido do Espírito Santo e receber poder do alto para se testemunhar, mesmo assim achava a cada dia um descortinar de verdades que me deixavam apaixonado pela palavra do nosso Deus.
Passei períodos muito dolorosos quando lendo a minha bíblia ou tendo comunhão com outros santos, percebia o quão diferente era a vida cristã de nossos dias com a vida cristã do primeiro século.
E, a cada dia que se passava ao examinar mais as escrituras, ficava plenamente convicto de que muitas práticas existentes no meio do povo de Deus nada mais nada menos eram do que a herança católica Romana, da herança do catolicismo romano.
Agora amados irmãos como é triste sermos enganados, por isso digo que é tempo de nós, é tempo da igreja, é tempo de nós, filhos de Deus, deixarmos as mentiras que nos contaram e nos aplicarmos as verdades do nosso Deus.
É hora de nós, o povo de Deus, deixarmos as mentiras, é tempo de deixarmos de sermos meninos, é tempo de crescermos a estatura de Cristo Jesus tendo conhecimento tanto do bem quanto do mal.

Não podemos continuar dando ouvidos às palavras mentirosas de Satanás, o diabo, que não quer a edificação da casa de Deus.
Não podemos continuar dando ouvidos às palavras mentirosas desta sociedade má e corrompida.
Não podemos continuar dando ouvidos às palavras mentirosas de crentes incrédulos e das palavras mentirosas das diversas circunstâncias, sendo que desonramos as palavras do nosso Deus simplesmente pelo nosso falar negativo, depreciativo e acusativo.
Achamos que aparentamos espiritualidade quando dizemos que somos fracos, que somos lixo, que somos carentes, que somos pobres e necessitados, que somos carentes de saúde e de sobrevivência, mas ao invés o que estamos falando são mentiras e mais mentiras e é por isso que Deus o nosso Deus, detesta, abomina os lábios mentirosos.
E vou provar o quanto ainda somos mentirosos:

A palavra de Deus nos diz para sermos perfeitos como é perfeito o nosso pai que esta nos céus, e perfeito é sem defeito, e nós o que dizemos, que é impossível atingirmos a perfeição que é muito difícil. etc. etc… quando dizemos isso estamos mentindo !
Se Deus diz para sermos perfeitos é porque Ele nos capacitou para sermos perfeitos em Cristo Jesus.

A palavra de Deus nos diz que estamos mortos para o mundo e vivos para Deus, vivos para Deus é viver exclusivamente para o reino de Deus e nós o que dizemos, o mundo me atrai, o mundo tem sua força, etc. etc. isso é mentira, quando concordamos com estas mentiras estamos anulando o sacrifício de Cristo Jesus no calvário por nossas vidas. Ele nos deu poder, porque maior o que esta em nós do que o que esta no mundo.

Sabe porque tanto enfado hoje no meio do povo de Deus, este enfado todo é gerado por causa da descrença, por não darmos crédito ao que O senhor nosso Deus disse !

A palavra de Deus nos diz que todos somos reis e sacerdotes e todos podemos através do novo e vivo caminho que Cristo nos abriu termos acesso ao pai em espírito, e nós o que dizemos, por favor levem o meu nome e orem por mim, eu sou o maior interessado e peço para outros irem no meu lugar diante do trono de Deus isso tudo é mais uma mentira, é omissão, é negligência.
Eu sou sacerdote e eu vou ao trono de Deus para ser atendido no tempo oportuno, temos que crer naquilo que o nosso Deus disse.

A palavra de Deus nos diz que somos um só corpo uma só igreja em cada cidade, não podendo haver divisão entre os filhos de Deus, e nós o que dizemos, que cada um deve ter a sua denominação, deve preservar a sua individualidade segundo a sua preferência, isso tudo são mais mentiras e mais mentiras.
A verdade é que estamos indo além daquilo que esta escrito e é por isso que a evangelização é tão deficiente. Temos que ser um por todos e todos por um, como nos diz a palavra de Deus para lutarmos juntos pela fé evangélica.

A palavra de Deus nos diz para orarmos sem cessar, para permanecermos em oração, e nós o que dizemos: á não precisamos estar orando por qualquer coisinha, nós temos capacidade para fazer as coisas também isso são mais mentiras e mais mentiras.

A palavra de Deus nos diz para vivermos por fé e que tendo o que comer e o que vestirmos é para estarmos contentes, e nós dizemos através do nosso abatimento que temos inúmeros desejos insatisfeitos, mesmo tendo o que comer e o que vestir. Nunca estamos contentes, isso são mostras de lábios mentirosos.

A palavra de Deus nos diz para no sujeitarmos as autoridades seja no governo, seja na família e na igreja e nós sempre arrumamos desculpas para não obedecer aqueles que tem autoridade sobre nós, isto também são mentiras.

A palavra de Deus nos diz que todo aquele que crê em Cristo Jesus Deus lhe deu o poder de ser chamado filho de Deus, e jamais perecerá. E nós dizemos que há possibilidade de sermos ainda lançados no lago de fogo e enxofre junto com Satanás, a besta e o falso profeta e seus anjos caídos, isso também é ensinar mentiras no meio dos santos, é nos afastar do amoroso Deus, que deu seu filho unigênito por nós, como sacrifico remidor com o qual nos comprou com seu precioso sangue.

A palavra de Deus nos diz que há diferenças básicas em cada dispensação bíblica e nós queremos misturar a lei com a graça de Deus colocando peso nos irmãos e afirmamos que esta escrito que devemos também guardar preceitos da lei, isso também são mentiras, Lei é Lei, Graça é Graça, não há nenhuma confusão.

A palavra de Deus nos diz que Ele Cristo Jesus foi ferido por nossas transgressões e moído por nossas iniquidades e que o castigo que nos trás a paz estava sobre Ele e por suas pisaduras fomos sarados, e nos diz mais: que Ele levou os nossos pecados e levou as nossas doenças.
E nós o que dizemos, que Ele só pode perdoar todos pecados e que as doenças devem permanecer. Isto são mentiras, mentiras e mais mentiras.
É por isso que o Senhor nosso Deus virá o seu rosto, é por isso que muitos estão fracos e doentes, é por sermos incrédulos e mentirosos e é por isso que muitos vão continuar gastando todo seu ganho gastando todo seu salário com médicos e mais remédios até que creiam que o filho de Deus não só perdoa pecados como cura também todas as nossas enfermidades, que cura todas as nossas doenças.

A palavra de Deus nos diz que somos mais que vencedores através daquele que nos amou más nós dizemos que somos derrotas no nosso eu,no nosso ego, derrotados pelo mundo derrotados pelas forças das trevas e que somos como gafanhotos e o máximo que podemos fazer é nos esconder . Isso são mentiras, mentiras e mais mentiras.
Levantemo-nos somos filhos de Deus somos mais que vencedores estamos aqui para reinar em vida e glorificarmos ao Senhor nosso Deus, levantemos nossa cabeça e digamos, Satanás sai da minha frente eu não vou aceitar as tuas mentiras eu vou ficar ao lado do meu Deus ao lado do meu Pai querido e te ordeno sai em nome do Senhor Jesus. Aleluia.

A palavra de Deus nos diz para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele em amor . E nós dizemos que é difícil nos mantermos irrepreensíveis , isto também é uma mentira , aquele que nos chamou também nos capacitou para sermos santos e irrepreensíveis . É ele que opera o querer e o realizar em nossas vidas através do poder do Espírito Santo.
A palavra de Deus nos diz para confessarmos Cristo jesus com nossa boca, imediatamente após crermos no Senhor todo recém convertido deve confessa-lo diante dos homens . Mas nós o que dizemos que o novo convertido deve aprender em alguma escola bíblica para testemunhar. Há pessoas que se converteram há dez anos ou mais e contudo permanecem mudas porque aceitam as mentiras do medo as mentiras da timidez as mentiras da vergonha . Temos que confessar com a boca para salvação, se nós confessarmos Ele também nos confessara diante do Pai e dos anjos.

A palavra de Deus nos diz para orarmos no Espírito , orar no espirito é orar em outra língua , é uma linguagem espiritual é uma linguagem que falamos com nosso Deus em mistérios e ninguém nos entende , ao orar no Espírito somos edificados somos fortalecidos e todo crente deveria falar em línguas . Mas o que dizem porai, há não precisa ser assim tão fanático. Isso é o que dizem porai não seja assim tão fanático são sempre as mesmas mentiras do inferno procurando impedir a edificação dos santos .
Temos que nos agarrar naquilo que o nosso Deus nos deu, naquilo que Ele proveu para nossa edificação como sua igreja . O orar em línguas é a porta para a manifestação de dons espirituais é a provisão do nosso Deus para edificação do seu povo.

A palavra de Deus nos diz que somos um só pão e que devemos receber todos aqueles que o nosso Deus recebeu ,e nós dizemos que temos que selecionar para não contaminar o rebanho . Isso é uma afronta ao nosso Deus, isso são mentiras de Satanás o Diabo . Até quando vamos concordar com as mentiras do adversário do nosso Deus .

A palavra de Deus nos diz para que o justo viva pela fé, mas nós dizemos e muitas vezes vivemos é pelos sentimentos, vivemos pelas circunstancias . Isso também são mentiras , quantos sofrimentos, quantas derrotas por não vivermos por fé simplesmente confiando no nosso Deus como nossa única fonte de abastecimento .

A palavra de Deus nos diz para não devermos nada á ninguém a não ser o amor, e nos queremos espiritualizar dizendo que é dever perdão, que é dever misericórdia, e não aceitamos que é dever dinheiro, que é dever coisas materiais, não podemos dever nada a ninguém, queremos espiritualizar as coisas de Deus e acabamos falando mentiras e acabamos tendo lábios mentirosos.
A palavra de Deus nos diz que os anjos são espíritos ministradores que estão a serviço dos que hão de herdar a vida eterna, a palavra de Deus nos diz que há regozijo que há alegria dos anjos no céu, quando da salvação de uma alma.
E muitos não crendo dizem que era para o tempo dos apóstolos, mentiras e mais mentiras, os anjos são espíritos ministradores para hoje, é para hoje, confiemos ou não é uma realidade para hoje.

A palavra de Deus nos diz que estamos debaixo da graça, que não somos mais filhos da escrava, da Lei, e nós por negligência nossa por não examinarmos as escrituras aceitamos as mentiras de homens que se dizem doutores da Lei, que continuam cobrando o dízimo, e mandando guardar o Sábado. Isso são mentiras, Lei é Lei, Graça é Graça.

A palavra de Deus nos diz para não atentarmos para as coisas que se vê, mas atentarmos para as que não se vêem, porque as que se vêem são temporais mas as que não se vêem são eternas. E hoje qual é o assunto nas rodas cristãs evangélicas nos chamados momentos de comunhão cristã, o que mais se houve falar é sobre o que vamos comer, o que vamos beber, o que vamos vestir, aonde vamos morar, isso são mentiras, são lábios mentirosos a serviço de Satanás.

A palavra de Deus nos diz que muitos iriam prometer liberdade, enquanto eles mesmos seriam escravos da corrupção, e nós queremos ser guiados por homens, sem examinarmos as escrituras, a verdade é que seremos culpados naquele dia, pois nossos lábios mentirosos são abomináveis ao nosso Deus. O Senhor proveu tudo o que precisamos para esta corrida, temos o Espírito Santo, temos sua palavra, temos a oração, então porque ficar dependendo de homens que nem conhecemos o seu caráter.

A palavra de Deus nos diz que aquele que semeia muito colhe muito. Mas hoje não conseguimos discernir o que é pão e o que é semente e vivemos em constantes conflitos, dúvidas e temerosos porque ainda nos amamos muito e não podemos ser generosos no dia a dia. Isto também é termos lábios mentirosos.

A palavra de Deus nos diz que bem aventurado é aquele que lê e aquele que ouve as profecias do livro de Apocalipse bem aventurado é aquele que pratica o livro de apocalipse. E o que é que muitos dizem, Apocalipse é um livro muito difícil, temos que ter estudo para compreendermos, isso é a mais descarada mentira, o evangelho das boas novas, o Apocalipse foi dado para iletrados, para homens rudes, homens sem instrução superior mas que tem um coração que ama a Deus e Deus se fará conhecer a estes homens, por isto não podemos aceitar as mentiras de Satanás o Diabo, leia apocalipse e medite no apocalipse pratique o apocalipse e seja feliz . Aleluia.

A palavra de Deus nos diz que todo aquele que invocar o nome do Senhor Jesus será salvo, e nós o que dizemos, bom isso é uma questão de interpretação, mentira, simplesmente clame : Senhor Jesus, na hora da angústia clame: Senhor Jesus, mas se você não clamar como ser salvo.

Não aceite as mentiras do Diabo. A palavra de Deus nos diz para não deixarmos a simplicidade que há em Cristo Jesus, mas nós a cada dia estamos correndo de um lado para o outro, ouvindo homens e mais homens e engolindo tudo, engolindo muitas coisas que tem nos afastado de Cristo Jesus.

Não é de nos surpreender a falta de vida a falta de Cristo Jesus nos meios religiosos de nossos dia, Cristo Jesus esta do lado de fora e a igreja ainda nem percebeu.

A palavra de Deus nos diz que a palavra de Cristo deve habitar em nós com toda sabedoria, conhecimento e poder. E nós dizemos que não temos tempo, mas se for para qualquer outra atividade de lazer se encontra tempo não é ?
Quantos de nós, crentes do século XXI, dominamos algum livro da Bíblia, quantos ? quantos dominam algum livro da Bíblia? Eis a razão de nossa fraqueza.
A palavra de Deus nos diz para retermos o cabeça, Cl 2:19. Isso significa nos submeter a autoridade de Cristo Jesus, nos submetermos a autoridade do cabeça em todas as coisas. Mas quantos ensinamentos de Cristo Jesus estamos praticando, quantos estamos obedecendo e quantos ensinamentos de Cristo Jesus pregamos. Nossos lábios são mentirosos quando falamos uma coisa e vivemos outra e nosso coração demonstra o quão longe estamos do Senhor. O Senhor Jesus é o único e verdadeiro LEGISLADOR no meio do seu povo.

A palavra de Deus nos diz que somos santuário do Espírito de Deus e que o Espírito de Deus habita em nós. Mas muitos ainda insistem em dizer que a igreja é um prédio, uma estrutura física, dizem que a igreja são tijolos e cimento. Isso é mentira “a igreja são as pessoas” são pedras vivas. Não necessitamos de lugar físico para adorarmos ao nosso Deus, os que enfatizam o lugar físico são lábios mentirosos que não viram que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em Espírito e em Verdade.
A palavra de Deus nos diz que o Senhor nos abençoou com toda sorte de bênçãos espirituais, em contraste com as bênçãos terrenas para o povo Judeu. Mas nós cristãos modernos queremos as promessas judaicas de bênçãos terrenas de bênçãos materiais, isso são mentiras e mais mentiras.
A palavra de Deus nos diz para nos achegarmos a Deus como sacerdotes. Mas nós dizemos, á os levitas são responsáveis pelo louvor. Isso é mentira, não há levitas na nova dispensação, através do sangue de Cristo, todos temos acesso ao Pai. Não há levitas na nova dispensação.

A palavra de Deus nos diz para não guardarmos os rudimentos fracos e pobres do judaísmo. E nós o que dizemos: como é bonito ver todas as coisas na ordem do culto. Crentes usando, kipa, shofar, insenso, etc.etc. não somos judeus, somos cristãos, estamos no dispensar da graça do nosso Deus.

Encerrando quero ainda falar de uma grande mentira no meio da igreja do século XXI.
Mentira satânica para impedir a edificação da casa de Deus.
A palavra de Deus nos diz: as armas da nossa milícia não são carnais.
Mas o que é que muitos dizem:
® temos que elaborar apresentações musicais que cativam as emoções;
® temos que elaborar teatros para cativar a assistência.

Mentiras e mais mentiras é isso que são as engenhosidades dos homens.
Hoje se põe a música em 1º lugar, é só ouvirmos a maioria das “programações” da igreja.
Se põe a música em primeiro lugar e é apresentada de forma atraente, que quando por fim se prega a palavra de Deus, o auditório já perdeu todo desejo pela palavra. Hoje a música tem roubado a sadia e sólida exposição e pregação da palavra de Deus.
O mundo hoje tem perdido o respeito a um cristianismo que esta mais interessado em divertir-se do que em converter os homens.
Hoje muito do cristianismo esta mesclado com o mundo, e encorajando o mundanismo na igreja. É só observarmos quanto envaidecimento nas exibições musicais e teatros, e quantos ensaios elaborados apartir da simples habilidade humana. Música humana, com habilidade humana tem sido oferecida ao povo de Deus. Estamos vendo os efeitos nos chamados ajuntamentos cristãos. Cristãos que só querem prazer, uma boa música, um bom teatro só querem entretenimento ao invés de serem humildes convertidos, verdadeiramente arrependidos dos seus pecados, cheios do Espírito Santo, cheios de oração e cheios de devoção a Cristo Jesus, e conhecedores do supremo propósito do nosso Deus. Conhecedores da vontade do nosso Deus.

Temos que despertar, o cristianismo hoje parece imitação de diversão mundana. Hoje se fala em esforços evangelisticos, mas a igreja esta dependendo de celebridades, de astros da televisão de atores e atrizes como atrações principais no chamado esforço evangelistico, e qual é o efeito na igreja, mais e mais mundanismo, mais e mais mundanismo, mais e mais cegueira espiritual, mais e mais apostasia.
Não me sinto nem um pouco arrebatado por tais meios evangelísticos de nossos dias, pois vejo o tipo de cristianismo que esta sendo forjado.

O apóstolo Paulo nos diz em ICo 2:4 “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder.”
Quão diferente dos dias de hoje.
Qual a causa de tanta confusão e derrotas no meio do povo do nosso Deus no meio do povo lavado pelo sangue de Cristo Jesus?
A única causa, a causa fundamental é que nossos lábios são lábios mentirosos e o Senhor tem que virar o seu rosto. “os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor.” Pv12:22.

É tempo de deixarmos a mentira é tempo de deixarmos toda rivalidade, toda inimizade e obedecermos a boa, agradável e perfeita vontade do nosso Deus e ai então obteremos a vitória tão desejada. Vamos depender da direção do espírito Santo, vamos ler a nossa Bíblia, vamos amar a palavra do nosso Deus, vamos orar sem cessar e o mais Ele fará.
O seu plano se cumprirá, Ele é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

Que as palavras dos nossos lábios e o meditar do nosso coração sejam agradáveis na tua presença Senhor.



Silviomaria12@hotmail.com

Visão Panorâmica do Evangelho de João


Visão Panorâmica do Evangelho de João

Cláudio Calovi Pereira

calovi@alum.mit.edu

Julho de 1999

1) PROPÓSITO DO LIVRO:
O autor do evangelho declara seu propósito em Jo 20:30,31:

Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.

Nesse trecho, nós temos o seguinte:

a) Jesus realizou muitos sinais que não estão registrados no evangelho de João; b) aqueles que João registrou foram por ele selecionados com um propósito definido.

Desse modo, notamos que todo o evangelho possui uma unidade baseada num objeto definido: a pessoa do Senhor. Nele, uma nova revelação é dada ao mundo, e nessa revelação, um novo poder é oferecido a cada ser humano. Sendo colocada no final do livro, a declaração parece sugerir uma leitura de todo o texto primeiro, para que o próprio leitor possa então percebê-la como verdadeira.

Estes, porém, foram registrados para... (aqui temos a finalidade pela qual estes sinais foram selecionados e descritos por João): 1) Conduzir-nos à pessoal no Jesus histórico como “o Cristo” (ou o Messias, para os Judeus) e como o Filho de Deus (para os gentios); 2) através da fé, conduzir-nos a ter vida em seu nome. Eis o objetivo duplo deste evangelho: que resulta em vida.

Vejamos algumas expressões básicas destes versículos-chave do evangelho de João (20:30,31), que caracterizam o livro todo:

A) Sinais: a palavra grega neste caso é “semeion”, traduzida em português como “sinal”. É diferente da palavra “dinamis”, cuja tradução é “milagre”. A palavra “sinal” (semeion) nos fala de um poder ou significado que está por trás de um evento extraordinário, sendo mais importante que ele. Embora “sinal” apareça em outros livros do NT, João usa somente esta palavra (e nunca “milagre”). Desse modo, os milagres em João não são apenas manifestações sobrenaturais de poder, mas a expressão material de verdades espirituais. O milagre descrito é a demonstração do poder apresentado no ensino.

Desse modo, em cada sinal veremos a revelação de um aspecto da pessoa do Senhor. Vejamos os sinais no evangelho de João:

* Jo 2:1-11: água transformada em vinho: Jesus efetua instantaneamente uma transformação que leva meses para se realizar. Ele revela que não está limitado ao curso natural das coisas. Esse sinal nos fala de transformação: nossa vida velha (água insípida, incolor) é transformada ao recebermos a Sua vida (vinho), que é fonte de alegria, assim como inextinguível (as seis talhas de pedra).

* Jo 4:46-54: a cura do filho do oficial do rei: ao curar um menino que estava a 30 km de distância, Jesus revela-se o Senhor sobre o espaço, pois seu poder não conhece limites de distância.

* Jo 5:1-9: a cura do paralítico no tanque de Betesda: quanto mais longa (38 anos) é uma enfermidade, mais difícil é curá-la. Mas Jesus mostra ser Senhor sobre o tempo e todas as suas consequências ao curar este homem. Ainda que muitos anos de trevas nos tenham paralizado completamente, Ele é poderoso para nos restaurar o vigor e a força.

* Jo 6:1-14: os cinco mil alimentados com 5 pães e dois peixes. Aqui o Senhor se revela como o Senhor da quantidade, capaz de suprir tudo o que nos é necessário. Ele é o que veio para dar vida abundante.

* Jo 6:16-21: Jesus anda sobre o mar tempestuoso: O Senhor revela-se como Senhor sobre todas as leis naturais deste mundo.

* Jo 9:1-12: a cura do cego de nascença: Jesus revela-se como o Senhor sobre as desgraças da condição humana. Nós somos cegos de nascença, e no máximo podemos tornar-nos religiosos. Mas Ele vem abrir-nos os olhos para que possamos ve-lo e adorá-lo. Ele é o Senhor que concede visão espiritual.

* Jo 11:1-46: a ressurreição de Lázaro: Jesus revela-se como o Senhor sobre a morte.

B) Crer: Eis outra palavra importante no evangelho de João. Este verbo aparece 98 vezes em João, comparado com 11 vezes em Mateus, 15 vezes em Marcos e 9 vezes em Lucas. A ênfase na fé surge no primeiro capítulo e é encontrada em todas as partes do livro, culminando na lição dada a Tomé (20:29). Não se trata de uma concordância intelectual, ou de acharmos que o argumento do autor é correto, mas de aceitar as implicações da revelação de Jesus Cristo como Filho de Deus, que implica em uma entrega pessoal à Ele, para que se possa experimentar as realidades espirituais nele contidas (“vida”).

C) O Filho de Deus: Eis um dos títulos de Cristo apresentado no capítulo inicial e ilustrado ao longo do livro.

Jo 1:34 - João Batista testifica que Jesus é o Filho de Deus.

Jo 1:49 - Natanael testifica que Jesus é o Filho de Deus.

Jo 3:18 - João testemunha que Jesus é o Filho de Deus.

Jo 5:25 - O Filho dá testemunho de si próprio.

Jo 9:35 - O Filho dá testemunho de si próprio.

Jo 10:36 - O Filho dá testemunho de si próprio.

Jo 11:4 - O Filho dá testemunho de si próprio.

Jo 11:27 - Marta dá testemunho do Filho de Deus.

Jo 19:7 - Os inimigos de Cristo referem-se a Sua reivindicação (...se fez Filho de Deus), ponto central do conflito.

Jo 20:31 - O apóstolo João dá testemunho do Filho de Deus.

A revelação de Cristo como o Filho de Deus é apresentada na pessoa de Jesus de Nazaré. Ele mesmo testifica de si como o Filho de Deus (4 vezes), enquanto outros testificam dele como o Filho de Deus (João 2 vezes, João Batista, Natanael, Marta; sendo que Tomé declara: “Senhor meu e Deus meu”). Os inimigos de Cristo também repetem Sua reivindicação, tomada como motivo para Sua morte na cruz. Esse é um aspecto crucial da revelação do Senhor Jesus: Ele é o Filho de Deus, Ele é a imagem do Deus invisível. Ele é o próprio Deus que veio em carne para remir a humanidade caída. Como esta verdade tem sido atacada! Os homens estão prontos para receber um grande profeta, mestre ou líder, e podem aceitar até mesmo o conceito de um Deus celestial. Contudo, rejeitam o Redentor Divino que veio em carne, o único que pode tirá-los do pecado e dar-lhes vida. Mas o homem Jesus de Nazaré é o Cristo, o Filho de Deus. Ele diz: “Eu e o Pai somos um” (10:30). Antes dele, o conhecimento do Pai estava envolto em sombras e tipos. Mas somente no Senhor Jesus é que podemos ver o Pai e conhecê-lo.

A importância da revelação de Jesus Cristo como o Filho de Deus é enfatizada em João pela constante menção do Pai em sua relação com o Filho. “Pai” aparece 111 vezes em João, contra 43 vezes em Mateus, 5 vezes em Marcos e 18 vezes em Lucas. Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (Jo 20:31). Eis o argumento central deste livro: em torno desta verdade nascem as mais belas expressões de devoção à Cristo e também levanta-se a mais violenta oposição a Ele. Aceitar essa verdade significa reconhecer a primazia de Cristo e render-se a Seu amor e graça; negar essa verdade implica rejeitá-lo totalmente e odiá-lo por sua ameaçadora luz que expulsa as trevas e revela o ego e o pecado.

D) Ter (tenhais): Eis outro termo característico de João, cujo significado implica na posse consciente das coisas espirituais, possuindo-as e mantendo-as, obtendo-as e retendo-as.

E) Vida: Trata-se de outra palavra-chave do evangelho de João, onde é encontrada 36 vezes, contra 7 em Mateus, 4 em Marcos e 6 em Lucas. Esta vida é a palavra grega “zoi” ou “zoé”, que se refere a realidade espiritual interior como distinta da expressão externa visível (no grego “biós”). “Vida” é o objetivo deste evangelho, e tudo nele concorre para que contemplando a revelação de Jesus como o Cristo de Deus, pela fé nele tenhamos vida, e vida em abundância (Jo 10:10).

F) Em seu nome: Eis outra expressão muito característica de João, introduzida no início do livro (1:12) e usada muitas vezes entre os capítulos 14 e 17, quando o Senhor dirige-se especificamente aos seus discípulos. Em suas variantes (“em seu nome”, “em meu nome”), esta expressão encontra-se 11 vezes em João, contra 3 vezes em Mateus, 3 vezes em Marcos e 3 vezes em Lucas. O “nome” do Senhor refere-se a seu caráter revelado, e o termo “em seu nome” significa estar “em união”com tudo o que conhecemos dele.

Temos então a organização lógica deste evangelho: Nos sinais (milagres e sua explicação), temos a revelação do Filho de Deus; na fé, temos a resposta que estes sinais devem ocasionar; e na vida, o resultado que a fé produz. A criação da fé pessoal em Cristo é o ponto alto deste livro, mas esta mesma fé tem ainda outro objetivo, que é vida. O evangelho tem por objetivo transformar completamente a vida e o destino de seu leitor. Isso é efetuado quando Deus, encarnado em Cristo, torna-se a nossa vida.

Todo o evangelho de João é construído sobre as verdades contidas nesta declaração (20:30,31), onde encontramos estas idéias básicas: o fato (v. 30), a fé (v. 31) e o fim (v. 31): a revelação de Jesus Cristo, a convicção nele e o recebimento da vida nele. A vida do Senhor Jesus tem a intenção de ser a base e a inspiração de nossa fé. Cada fato nele deve ser um fator, uma força em nós.


2) PLANO DO LIVRO:
O propósito acima referido é construído e alcançado por meio de um plano bem definido. Que plano é este? Trata-se da apresentação de Jesus Cristo naqueles aspectos de sua revelação que suscitem fé nele. João não alcança seu objetivo através de argumentação, ou de filosofia ou mesmo de teologia. Esta apresentação de Jesus Cristo com vistas à fé nos é dada como a manifestação de uma vida. Cristo e os fatos relacionados com a sua manifestação são os materiais históricos empregados para mostrar como Ele revelou-se aos homens e também como Ele foi recebido pelos homens.

Todavia, junto com a manifestação de Cristo para a fé dos homens, surge o triste fato de que nem todos o receberam. Desse modo, o evangelho também revela o crescimento da incredulidade, a qual culmina com a rejeição (18:40, 19:15) e crucificação de Cristo (19:16). Esta incredulidade nasce da pecaminosidade profundamente enraizada do homem e de sua consequente alienação para com Deus (3:19,20). Segundo Westcott, podemos dizer que o objetivo de João é “expressar da forma mais suscinta possível o desenvolvimento paralelo da fé e da incredulidade através da presença histórica de Cristo.”

Assim, três elementos podem ser observados ao longo de todo o evangelho: revelação, recepção e rejeição. Eles encontram-se no prólogo (1:1-18) e são a substância de cada capítulo do início ao fim. Os dois temas da fé e incredulidade são referidos a duas classes de pessoas: a) “os seus” (Jo 1:11), que embora destinados a Ele, não o receberam; b) “os seus” (13:1), que o receberam. Eis duas classes de pessoas definidas pelo evangelho, que também definem suas duas divisões principais: primeiramente, do cap. 1 ao 12, e depois, do cap. 13 ao 21. Então notaremos que o livro pode ser subdividido em sete seções:


Plano do evangelho de João:


1 - Prólogo (1:1-18):

a) Revelação (1:1-4)

b) Rejeição (1:5-11)

c) Recepção (1:12-18)

2 - A revelação pública de Jesus Cristo (1:19-6:71):

a) Os inícios da fé nos discípulos (1:19-2:12): os testemunhos de João Batista, a atitude dos discípulos, o sinal em Caná

b) As primeiras manifestações públicas (2:13-4:54): a purificação do templo, Nicodemos, a mulher samaritana, a cura do filho do oficial do rei.

c) A crise da manifestação pública (5:1-6:71): a cura no tanque de Betesda, os cinco mil alimentados, o Pão da Vida.

3 - O grande conflito (7:1-12:50):

a) A natureza do conflito (7:1-8:59): rios de água viva, a Luz do mundo, as reações do povo, a verdadeira natureza da rejeição, “Eu Sou”.

b) O desenvolvimento do conflito (9:1-10:42): o cego de nascença, o Bom Pastor.

c) O apogeu do conflito (11:1-12:50): a ressurreição de Lázaro, a entrada triunfal em Jerusalém, os gregos, o grão de trigo.

4 - O crescimento da fé (13:1-17:26):

a) A educação da fé (13:1-38): o exemplo da humildade e a importância do amor fraternal uns aos outros.

b) A instrução da fé (14:1-16:33): o ensino privado aos discípulos: a unidade entre o Pai e o Filho, o Consolador, a Videira.

c) O estabelecimento da fé (17:1-26): a oração sacerdotal.

5 - O clímax da incredulidade (18:1-19:42): traição, julgamentos e crucificação.

6 - O clímax da fé (20:1-31): a ressurreição.

7 - Epílogo (21:1-25): últimas palavras aos discípulos, conclusão.

3) UM PANORAMA DO EVANGELHO DE JOÃO:
Vemos que esta revelação ocorre em diferentes estágios, ao longo dos quais notamos seus efeitos em termos de recepção e rejeição. O prólogo nos anuncia o desenvolvimento destes três temas ao longo de todo o livro (revelação, rejeição, recepção). Em seguida, na primeira parte (1 a 12), temos a revelação pública do Senhor Jesus, onde as primeiras manifestações do Filho de Deus são seguidas por um período de grande conflito. Uma sublime característica dessa primeira etapa é verificar as respostas daqueles que contemplam o Filho de Deus, que se expressam nas confissões, as quais são muitas nesse livro. Estas declarações de fé ou de incredulidade dos homens diante do Filho revelado acontecem em todo o livro, sendo a consequência inevitável do evangelho.

Vejamos as confissões no evangelho de João:

A) João Batista expressa sua apreciação de Jesus na revelação que obteve sobre Ele, mesmo antes de Sua manifestação: Cordeiro de Deus (1:29), Filho de Deus (1:34), o Noivo, que tem a noiva (3:29), aquele sobre quem o Espírito permaneceu (1:33). Estas declarações muito influenciaram alguns de seus discípulos, que afinal partiram para seguir o Senhor.

B) Os primeiros discípulos: aqui temos as confissões de André (Achamos o Messias; 1:41), Filipe (Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, o filho de José; 1:45) e Natanael (Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel; 1:49). Aqui vemos homens que ansiavam pela vinda do Messias, pelo cumprimento das Escrituras e que descarregavam seu fardo espiritual em intercessão.

C) As confissões imperfeitas: como a de Nicodemos (Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes se Deus não estiver com Ele; 3:2).

D) A confissão da covardia: como a de Pilatos (Eis que eu vo-lo apresento, para que saibais que eu não acho nele crime algum; 19:4).

E) A confissão da admiração: os guardas (Jamais alguém falou como este homem; 7:46). Não eram apenas os milagres do Senhor que impressionavam o povo, mas também suas palavras.

F) A confissão da fé inicial, ainda com dúvidas mas cheia de expectativa: a mulher samaritana (Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito: será esse porventura o Cristo?; 4:29).

G) A confissão da fé crescente (Pedro, após muitos terem abandonado o Senhor pela dureza de seu ensino): Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus. (6:67-69).

H) A confissão da fé sendo aperfeiçoada (Tomé): Senhor meu e Deus meu; (20:28).

O conflito entre fé e incredulidade acentua-se à partir do cap. 7. No cap. 8, revela-se a verdadeira natureza desse conflito. Não se trata de opiniões, de doutrinas ou visão, mas de filiação espiritual. O Senhor Jesus fala sobre ser seu discípulo, conhecer a verdade e ser por ela libertos. Seus ouvintes se ofendem, pois não julgam necessitar de libertação (a menos que esta seja externa, política, material). Então a revelação do Filho é levada a seu coroamento: por três vezes o Senhor diz: “Eu Sou”, declarando sua união com o Pai e anunciando a cruz. Seus ouvintes o rejeitam e chegam ao ponto de tentar apedrejá-lo. Conforme a explicação do Senhor, a razão dessa rejeição é que eles são do diabo e buscam satisfazer-lhe os desejos mentirosos e assassinos. Sua rejeição do Filho de Deus expõe esta verdade abertamente. E isso se aplica a todo aquele que rejeita o Filho de Deus em todos os tempos.

As implicações pessoais do conflito entre fé e incredulidade, recepção e rejeição aparecem no capítulo 9, quando aquele que fora cego é forçado a testemunhar diante da tradição religiosa. Sua fé genuína tem duas consequências: 1-a expulsão da sinagoga (e sua marginalização religiosa e social) e 2-o encontro com o Senhor que o curara, agora para fé e adoração. Mas o Senhor não abandona aqueles que pagam o preço de vir a Ele: por isso o cap. 10 introduz o tema das ovelhas e do Bom Pastor. Ele introduz suas ovelhas no aprisco, e Ele também as conduz para fora, sob a sua guarda e liderança. João Batista já falara do noivo e de sua noiva, e aqui temos outra vez a antecipação em ilustração da igreja do Senhor.

Finalmente, quando o maior sinal público do Senhor Jesus é realizado (a ressurreição de Lázaro), manifestando a vitória do Filho de Deus sobre a morte, dois atos opostos resultam. O primeiro é um ato de suprema devoção que nem os discípulos foram capazes de compreender: Maria o unge em Betânia, com seu bálsamo de nardo puro que vale 300 denários, cujo perfume enche toda a casa. O outro ato é de supremo desprezo e ódio (a trama dos líderes religiosos em Jerusalém para matar o Senhor).

Deste ponto em diante, finda o ministério público de Jesus e João passa a descrever o ministério privado do Senhor para com seus discípulos. Aqui inicia-se a segunda grande divisão do evangelho de João. Os capítulos 13 a 17 constituem o discurso de partida do Senhor para com seus discípulos, apresentando seus últimos atos e palavras antes de Sua crucificação. No capítulo 13, o Senhor lava os pés de seus discípulos e após o exemplo de Seu serviço humilde, ensina-os sobre o amor que deve haver entre eles. O verdadeiro amor manifestado em serviço humilde é a regra de ouro da vida comum dos discípulos do Senhor. Nos caps. 14 a 16, o Senhor os ensina sobre sua união eterna com o Pai, sua vinda ao mundo e seu retorno para o Pai. Ele também os ensina sobre a vida de união com Cristo, através da ilustração da videira (cap. 15). Essa união apresenta três aspectos: nossa união e comunhão com Cristo, que se manifesta em frutificação e glória para o Pai (1-11); os resultados dessa união com Cristo no amor e serviço aos irmãos (12-17) e as consequências inevitáveis dessa união com Cristo em relação ao mundo, em inimizade e perseguição por causa do testemunho(18-27).

Contudo, a ênfase dos capítulos 14, 15 e 16 é a vinda do Consolador. Os discípulos não serão deixados sós nesse mundo, para que tomem o ensino do Senhor e prossigam como puderem: isto seria absolutamente impossível! Convém que o Senhor vá, para que envie o Consolador. Esse Consolador, o Espírito Santo, fará com que nossa fé no Filho de Deus possa resultar em vida no seu nome! Segundo Jo 7:38, 39, por meio do Espírito, “rios de água viva fluirão do interior daquele que crer”. O Senhor Jesus já havia dito que haveria dentro de nós uma fonte a jorrar para a vida eterna, e jamais teríamos sede de novo (4:14). Estas ilustrações dadas na primeira seção são agora apresentadas em maior detalhe pelo Senhor aos discípulos.

Para os discípulos, o Espírito Santo significa:

A) Outro consolador (14:16), ou seja, tal como o Senhor fora o paráclito, o advogado, aquele que acompanhou os discípulos pessoalmente, lado a lado e os guardou em todo momento, assim é o ministério do Espírito Santo junto a cada um de nós.

B) Estará sempre convosco (14:16): Ele jamais nos deixará sós.

C) Estará em vós (14:17): não apenas “sobre vós”, ocasionalmente, como na antiga aliança, mas agora em vós, habitando no interior daquele que crê no Senhor.

D) Vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito (14:26): O Espírito Santo nos fará entender as palavras do Senhor, lembrando-as a patir de Sua Palavra e aplicando-as no momento certo.

E) Vos guiará a toda verdade ...vos anunciará as cousas que hão de vir (16:13). Acima de qualquer meio humano, Ele próprio nos guiará a toda verdade, assim como nos ensinará acerca das coisas do porvir.

F) Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei (14:13): porque o Filho vai para junto do Pai, e o Pai enviou-nos o Espírito, podemos interceder e pedir em nome do Senhor.Além disso, com relação ao testemunho de Deus neste mundo, o Espírito Santo:

G) Dará testemunho de mim (14:27,28): através de nós, o Espírito Santo dará testemunho de Cristo ao mundo.

H) Convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16:8-11);

I) Glorificará o Filho (16:14).

Nesta seção, o Senhor enfatiza Sua união com o Pai, assim como a união dos discípulos consigo, a ser efetivada pelo Espírito Santo após a partida e glorificação do Senhor Jesus (7:3, 14:17,20; 17:22,23). Essa união resultará em tremendos privilégios: a certeza da morada eterna com Cristo (14:2), fazer obras maiores que as de Jesus (14:12), receber resposta às orações (14:13,14; 15:7,16; 16:23,24), ser amado pelo Pai e pelo Filho e receber Sua manifestação (14:21), ser morada da própria Trindade (14:23), ser guiados e ensinados pelo Espírito Santo (14:26, 16:13), receber a paz e a alegria de Cristo (14:27, 15:11, 16:24) e ter a certeza da frutificação (15:5).

Para que tais privilégios possam tornar-se experiência viva nos discípulos, o Senhor deixa instruções muito precisas: crer no Senhor Jesus e em Sua união com o Pai (14:10-12); pedir em nome do Senhor e segundo a Sua Palavra (14:13,14; 15:7,16; 16:23,24); ter e guardar os mandamentos do Senhor, pois isso revela nosso amor por Ele (14:15,21,24; 15:10); guardar a Palavra do Senhor, pois isso nos mantém em Seu amor e usufruindo de Sua presença em nosso interior (14:23); permanecer no Senhor e no Seu amor, em comunhão com Ele, pois sem Ele nada podemos fazer (15:4,5,9); amar aos irmãos como o Senhor nos amou, ou seja, ao ponto de darmos nossa própria vida (15:12,17); ser amigos do Senhor através da obediência (15:14,15); testemunhar do Senhor na capacitação do Espírito (15:27); ser dócil para com o ensino e liderança do Espírito Santo (14:26; 16:13).

O Senhor encerra esta seção com a oração sacerdotal (cap. 17), na qual roga: a) por Sua glorificação junto ao Pai, tendo em vista que Ele completara a obra que o Pai lhe havia confiado (1-5); b) por Seus discípulos, para que fossem guardados em união consigo e entre si, sendo santificados na verdade; c) pela igreja do Senhor, para que aqueles que cressem no Senhor expressassem a união entre o Pai, o Filho e seus remidos, de forma que o mundo cresse.

Após a oração nós temos a cruz. Nos capítulos 18 e 19, João nos apresenta o clímax da incredulidade, através da narrativa da traição, julgamento e crucificação do Senhor Jesus. Após ter demonstrado a glória de Sua vida sobre a terra, o Senhor demonstra Seu grande amor para conosco, entregando Sua própria vida por nós na cruz do Calvário. Ele não veio apenas para fazer obras e deixar ensinamentos. Ele veio para dar vida! Por causa de Seu grande amor, Ele não retém a Sua vida gloriosa para Si, mas a entrega no Calvário para que nós possamos recebê-la e experimentá-la. Este é o propósito do evangelho. O clímax da fé é alcançado logo a seguir, nos capítulos 20 e 21, quando é narrada a ressurreição do Senhor e suas aparições finais aos discípulos. Suas palavras finais visam fortalecer a fé dos discípulos, assim como confirmar todo o ensino que lhes havia dado anteriormente.

No princípio era o verbo... Ele estava na eternidade e entrou na história, para que nós pudessemos ser erguidos da história para a eternidade. Foi por isso que Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a esse mundo por um pouco. Agora, Ele ressuscitou e está em glória, e ao recebermos Sua vida, viveremos uma vida de ressurreição, de acordo com Sua graça e poder em nós. Este é o propósito de Sua vinda e também deste maravilhoso evangelho escrito por João.

Referências bibliográficas:

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Scroggie, W. Graham. A guide to the Gospels. New York, s.d.

Tenney, Merrill C. John. The Gospel of belief. Grand Rapids, 1948.

Westcott, B. F. The Gospel according to St. John. Londres, 1958.